terça-feira, fevereiro 14, 2012

Minha busca pela felicidade, a fera está saindo de meu controle!

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As vezes fico pensando que para mim já chega, tudo bem tenho ainda 30 anos de vida e certamente 95% da população mundial falará para mim que ainda sou muito novo, que tenho muito para viver ainda, os outros 5% são aquelas pessoas que preferem não se misturar com gente maluca, então nem sequer se manifestam. Mas sempre que esse pensamento me vem a cabeça e, venhamos e convenhamos, esse é um típico pensamento de pessoas depressivas criadas dentro de uma cultura espiritualista, visto que torna-se bem mais fácil fugir para a morte quando acredita-se que ela é apenas um recomeço, toma-me de assalto um novo pensamento: Não está na hora ainda, afinal falta eu viver uma coisa que ainda não vivi!
Por mais que esses meus trinta anos de existência terrena pesem o dobro em meus ombros, fazendo com que eu me sinta um velho ranzinza, machucado demais pela vida para poder sorrir, falta-me algo muito importante para viver, a felicidade, é esse pensamento que me mantém acordado, se não fosse ele acho que eu iria continuar dormindo.
Como diria Belchior, um analista amigo meu, ao avaliar-me disse-me:

- João, você nunca teve espaço na sua vida para ser feliz!

Essas palavras calaram fundo, pois como qualquer ser humano eu acreditava que mesmo com os revezes da vida, eu havia tido folgas para praticar a felicidade, mas quando olhei para dentro de mim com a ajuda desse meu amigo, quando observei que aquela sensação de aperto no peito sempre me acompanhou, desde tenra idade até hoje, ao ponto de eu me acostumar com ela e não mais perceber o quanto ela é nociva ao meu organismo, percebi que os problemas jamais cederam espaço para a felicidade, que a vida por algum motivo que não sei explicar, sempre cobrou-me preços muito altos.

Quem já leu meu livro, O Diário das Revelações, sabe do que estou falando. Cresci num lar desestruturado, com menos de cinco anos tive que deixar minha mãe para ir junto de minha irmã, morar com meu avô e sua segunda família por um motivo que até hoje me causa dúvidas, depois voltei a morar com minha mãe que naquela altura já estava junto de um homem alcoólatra que foi meu único exemplo de pai. Desde cedo senti o que é ter o coração dividido, pois enquanto estava com minha irmã na casa de meu avô, sentia muita falta de minha mãe, quando fui morar com ela novamente, sentia muita falta de minha irmã que ficara com meu avô. Quando finalmente nos juntamos novamente, fomos morar num porão sujo, entregues a toda sorte, quando saímos daquele porão fomos morar numa periferia da cidade de São Paulo, lá o simples fato de eu ser uma pessoa educada fazia com que as pessoas a minha volta questionassem minha integridade moral, nunca fui “mano” e só “mano” se dava bem por lá. Quando comecei a trabalhar, nunca tive paz suficiente para desempenhar um bom trabalho, para ser um bom profissional, minha casa que deveria ser meu porto seguro era na verdade apenas a fonte mor de minhas preocupações, nunca tive um porto seguro e digo isso pois, de acordo com o que aprendi com esse analista amigo meu, não há como ser um bom profissional e ter um bom desempenho seja em escola ou trabalho, quando não se tem um lugar em paz e seguro para voltar todos os dias.

Quando resolvi me casar, cedo sim hoje concordo com isso, mas mesmo assim o fiz conscientemente, fui cercado por um bando de gente que come ovo e arrota caviar e cometi o erro de aceitar ser ajudado por eles. O preço? Toda sorte de humilhações, acho que nunca paguei tão caro por um prato de comida quanto naquela época. Aceitei ser condicionado a todo tipo de regras e costumes, morei onde achavam que eu tinha que morar, me vestia como achavam que eu tinha que me vestir e busquei ter um comportamento como achavam que eu tinha que me comportar, mesmo agindo de forma falsa e por consequência pouco duradoura. A vida me ensinou a ser assim, uma fera por dentro e um cordeiro por fora, o problema é que ela nunca me mostrou como libertar a fera. Agora, sinto essa fera cavando sua saída por entre minhas vísceras, tramando sua fuga e libertando-se por conta, sem controle e pronta para atacar quem se por em seu caminho. Será que isso é bom? Não sei, só posso dizer que a fuga é inevitável.

Houve um momento em minha vida que acho que cheguei bem próximo da felicidade, eu cuidava apenas de mim e de minha esposa, tínhamos bons empregos e meu contato com tudo e todos aqueles que me faziam mal era mínimo, chegando as vezes ao ponto da inexistência! Como era bom e como foi rápido para piorar tudo de novo, bastou a necessidade de buscar um simples móvel na casa de minha mãe, foi quando eu percebi que ela estava magra demais e com os olhos cheios de pedidos de ajuda, por mais que seu orgulho não a permitisse verbalizar isso. Desse ponto em diante, foram dois anos de mais sofrimentos e aquele menino que crescera sem a presença de um pai, com vinte e seis anos de idade viu sua mãe ter suas forças minadas pelo câncer que se espalhava em seu corpo, ao mesmo tempo em que mesmo sendo o único a cuidar dela de forma incondicional, ouvia barbaridades de seus parentes.

De fato esse velho de palavras tão lamentosas, incorporado no corpo de um moço de apenas 30 anos, precisa aprender ser feliz, pois há felicidade nesse mundo, é nisso que acredito e é ela que eu quero encontrar, é dela que eu preciso para voltar a ter apenas 30 anos de idade.

Que a fera que está dentro de mim se liberte e que ela ame quem quer amar e que ela destrua quem deseja destruir. Eu nunca soube controlá-la apenas prendê-la e agora que ela se liberta das correntes de minha hipocrisia, que ela seja eu e que esse meu atual eu seja destruído por ela. 

A única coisa que desejo nesse mundo é ser feliz!

João Fernando.
14/02/2012

domingo, fevereiro 05, 2012

Relacionamentos e a fascinante arte de apreciar a dor!

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Hoje venho falar diretamente aos corações lacerados pelas dores da paixão, para aquelas pessoas que de tão confusas e perdidas pelas veredas emocionais de um relacionamento, já enxergam esse nosso astro rei menos brilhante.
Você já se olhou no espelho hoje? Se já, deparou-se com a imagem simples e imperfeita de um ser humano, o espelho é uma ferramenta muito importante para que tenhamos a noção de como as pessoas nos enxergam, visto que os primeiros contatos são comumente visuais, ninguém jamais poderá te conhecer de fato apenas avaliando esse aglomerado de pele, órgãos, músculos, terminações nervosas e ossos que compõe a sua imagem, ninguém jamais poderá apreciar suas qualidades apenas por enxergá-lo, até que o contato torne-se mais pessoal, você será apenas uma imagem no espelho para qualquer outra pessoa que não lhe conhece verdadeiramente, isso acontecerá da mesma forma com você em relação a outra pessoa. Digo isso, pois, conhecer alguém apenas pela imagem, gera um furor em nosso sistema criativo e logo que possível, principalmente se aquela imagem agrada, começamos a criar em nossa mente todo o perfil daquela outra pessoa, como ele ou ela é, quais são suas maiores qualidades e defeitos e assim criamos em nossa mente o ser humano perfeito, para nós é claro, pois tenha certeza de que se você achar alguém exatamente do jeito que você imagina e deseja, essa pessoa será uma sofredora, atendendo apenas as necessidades de outra pessoa e esquecendo-se totalmente de quem é, esquecendo-se plenamente que também se trata de um ser individual. Sim, pois quando idealizamos a pessoa perfeita para nós, ela sempre será aquela que: Nos compreenderá a todo momento, perdoará qualquer erro que por ventura venhamos a cometer, nos enxergará como a um deus(a), jamais questionará nossos desígnios e acatará prontamente qualquer de nossos desejos.

Pois é, não se esquive e não me chame de louco ou radical demais,  todos somos assim, todos nós buscamos uma pessoa tão dedicada a nós que se esqueça de si mesma e todos nós quebramos a nossa linda e mimada cara, pois jamais haverá alguém assim no mundo. Isso nos leva a primeira e talvez mais importante causa de sofrimento, o desejo!
Desejamos muito, sempre e a todo momento, isso por que somos pessoas mimadas, se não pelos pais, por nós mesmos. Queremos sempre que as coisas sejam da forma como imaginamos e quanto mais forças damos a esse impulso criativo/destrutivo, mais sofremos, pois nenhuma situação em nossa vida será do jeito que idealizamos.

  •      Você está sofrendo, por que ele ou ela não te quer?

Seja bem vindo a realidade! Por mais bonito(a) que você seja, por mais que você tenha um papo bacaninha, por mais que você seja uma pessoa estável, por mais que você seja uma fera indomável na cama, etc... Sempre haverá multidões de pessoas que não vão querer você, e adivinha! O problema NÃO está com você, o problema NÃO está com a outra pessoa, a verdade é que não existe um problema, somente seu desejo vê dessa forma. Nesses casos a primeira pergunta que nos vem a mente é: Mas por que essa pessoa não me quer, seu eu o(a) quero tanto? – A resposta é simples: - POR QUE ELA NÃO QUER e pronto!
Normalmente nesses casos o alvo de nossos devaneios é uma pessoa completamente desconhecida, por mais que você esteja há anos sofrendo por conta desse amor não retribuído e tenha tentado se aproximar dessa pessoa, dificilmente você a conhece de fato, você continua com a imagem do espelho. Então por que te importa tanto os motivos que levam essa pessoa a não te querer, por que você acha que é tão especial ao ponto das pessoas deverem explicações para você?
Quer saber um segredo? Há lá fora outra multidão, essa formada por pessoas que fariam qualquer coisa para estar do seu lado, mas você, com seus motivos, jamais dará uma chance sequer para essas pessoas, estou mentindo? Então queridões, por que vocês acham que tem o direito de selecionar quem pode estar ao seu lado e não concede o mesmo direito às outras pessoas?

  •      Estou sofrendo por causa de uma separação!

Primeiro ponto, por que você se juntou a essa pessoa? Sim, isso é muito importante, pois independente de quem terminou com quem, você tem culpa na separação assim como é culpado de ter se juntado a essa pessoa!
Um dos motivos pode ter sido paixão. Gosto muito da paixão, pois ela é nada menos do que nosso tesão, um impulso animal descontrolado que nos faz soltar fumaça pelo nariz. Tudo, absolutamente tudo na paixão se resolve na cama, as vezes o furor é tão intenso que mal conhecemos aquela pessoa, afinal a cada três palavras que trocamos já estamos subindo pelas paredes, loucos de vontade de saciar nossos desejos. Adoro paixão, mas paixão é passageira, é apenas uma emoção transicional que poderá culminar algo mais complexo como o amor, ou desaparecer do mesmo modo que chegou. Se foi tesão que uniu vocês, ele chegou ao fim, conforme-se, foi bom enquanto durou e você possivelmente lembrará desses momentos pelo resto de sua vida, não torne essa lembrança uma tortura, lembre-se das coisas boas!

- Ah, mas não foi só paixão, tínhamos alguma coisa especial.

O que era especial? Por que sinceramente, ele ou ela não mudou tanto assim para que essa coisa tão especial tenha se perdido. É comum nos começos de relacionamento, as pessoas observarem quais são as qualidades que seu parceiro ou parceira mais aprecia em outra pessoa e depois tentar ser daquela forma. Isso é muito bonitinho, faz as coisas fluírem bem por um tempo, mas muito pouco funcional afinal não conseguimos ser quem não somos por muito tempo.

- Ah, mas ele(a) mudou muito depois de um tempo.

É verdade, mudou mesmo, pois se sentiu mais a vontade de ser quem ele(a) realmente é,  se você não é capaz de perceber que jamais vai conseguir ter ao seu lado uma pessoa perfeita, que é exatamente da forma como você sonhou, o melhor foi a separação mesmo, se você não é capaz de aceitar uma pessoa do jeito que ela é, do mesmo modo foi melhor a separação. Não aceitar uma pessoa como ela é e mesmo assim viver do lado dela é muita tortura, a pessoa vai sentir-se cada vez mais inadequada a você e ao mundo, você ficará sempre apontando-lhe defeitos que na verdade não são defeitos, são apenas diferenças. Você também se sentirá mal e passará a acreditar que jamais existirá alguém no mundo para te compreender.

- Acontece que depois de um tempo, descobri coisas do passado dele(a) que me fizeram muito mal.

Todos nós temos um passado e não venha me dizer que o seu é ilibado, por que não vou acreditar! Quem é você para julgar uma pessoa, quem lhe deu o direito de estabelecer os limites entre o certo e o errado? Seu passado também possui manchas e por mais que você tenha uma boa explicação, elas não passaram de justificativas cretinas tentando encobrir algo tão normal como o erro.  Errar não significa ser uma má pessoa, significa apenas pouca maturidade, o erro só pode ser evitado a partir da experiência e a experiência por sua vez só pode ser conquistada através do erro.
Se você terminou com seu par, por não aceitar o passado dele(a), azar o seu! Possivelmente você estará perdendo uma grande chance de conhecer inteiramente uma pessoa incrível, cheia de experiências maravilhosas para compartilhar, disposta a ensinar e apta a aprender.
Se alguém terminou com você por conta de seu passado, erga a cabeça o mais rápido possível, afinal seu passado não deve mais importar nem mesmo para você, se você ficar sofrendo por isso, será tão medíocre quanto a pessoa que rompeu contigo, seu sofrimento só dará à outra pessoa, a falsa impressão de que ela está certa e você errado(a).

Meus queridos, sei que minhas palavras podem ter parecido duras demais, sei também que algumas pessoas poderão questionar-me quanto a veracidade delas, minha experiência no assunto ou seja lá o que for. Não é fácil quando é colocado a nossa frente o que realmente somos, seres imperfeitos e melindrosos, tão delicados que qualquer movimento brusco pode nos machucar.

Relacionar-se, amar, se apaixonar é uma arte arriscada e certamente machucará, pois nenhum de nós ainda é capacitado a sentir um amor tão incondicional ao ponto de não nos ferir. Meu conselho é: Saia da sua toca, abandone sua ilha ou caverna e entregue-se aos seus desejos mais profundos, você já tem a certeza de que vai machucar, então que machuque, mas que a cura da dor seja o prazer absoluto. Abra-se, seja impulsivo quando tiver vontade de ser, pareça um adolescente apaixonado mesmo... Não se deixe impressionar pelo mundo, o mundo aí fora nada mais é do que o reflexo de sua própria criação, ele só toma a forma que você desejou. Não transforme a vida em uma equação, não racionalize aquilo que jamais será racionalizado. Dê-se o direito de ser feliz, deixe esse seu lado velho e rancoroso falando sozinho e se entregue para aquilo que você está com vontade de se entregar. AME, APAIXONE-SE, GRITE, CHORE, TENHA SEMPRE O MAIS INCRÍVEL DOS ORGASMOS! Arrependa-se também e seja livre para entregar-se ao desejo mesmo sabendo que esse desejo lhe causará arrependimentos, pois se você sente vontade de fazer isso, certamente é por que isso vai lhe dar prazer.

Seja você mesmo, não tente impressionar outra pessoa sendo diferente daquilo que você é, seja sempre espontâneo(a). Não coloque sua felicidade nas mãos de ninguém, não tente colocar as pessoas dentro das regrinhas que sua cabeça, por conta de sua criação e cultura, acredita ser o certo, não há certo ou errado, não coloque as pessoas acima ou abaixo de você, somos todos iguais com histórias diferentes.

Viva!

João Fernando
05/02/2012

quarta-feira, janeiro 25, 2012

Luto.

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 Nada havia no início, apenas homens e mulheres em busca do significado de suas próprias existências, veio então o Sistema e ele disse:

- Que sejam todos miseráveis e pobres de espírito, para que assim eu possa controlá-los e manipulá-los como eu bem entender. – E assim se fez.

Em troca, Ele proporcionou a todos aqueles que se tornaram pobres e miseráveis, pão e circo, e enquanto se fartavam na miséria e esqueciam-se deles mesmos, assistindo o bem elaborado espetáculo de ilusões, o Sistema tornou-se mais e mais forte. Quando percebeu que ninguém mais poderia pará-lo, que sua sede seria sempre saciada no sangue inocente do miserável, ele disse:

- Tomem a mim como seu senhor e único deus. – E assim se fez.

O Sistema tem um plano específico para cada perfil de pessoa que vaga sobre a superfície planetária, Ele tem um plano até mesmo para aqueles que tentam ignorá-lo, repudiá-lo e fugir da máquina de engrenagens sujas e mal lubrificadas que Ele criou, engrenagens essas que se arranham ao girar fazendo sair faíscas e tremer toda sua estrutura, máquina essa que funciona mal, por que é assim que Ele quer, ela sempre dá a impressão de que um dia não mais conseguirá funcionar, mas enquanto o mundo não padecer, seja esse padecimento natural ou provocado pelo próprio Sistema, ela continuará a funcionar mal, mas ininterruptamente.

Eu perdi para o Sistema, tentei lutar como pude, acreditei que eu conseguiria vencê-lo, mas ele sempre me teve onde queria que eu estivesse, chafurdando no lixo e lambuzando-me no excremento das prostitutas que servem a Ele, acreditando que essa cena deplorável poderia ser sinal de vitória. Ignore o e você irá para o mesmo lugar que eu fui, entregue-se a ele como eu fiz e tornar-se-á mais uma de suas meretrizes, como eu me tornei. Receberá sua cota de pão e circo, fingirá que com ela sua vida foi preenchida e cumprirá uma jornada muito aquém de suas forças, seguindo as regras Dele, obedecendo suas ordens e sucumbindo sempre aos mais vis desejos.

Há alguns dias morreu uma parte de mim, por ela ficarei de luto por muito tempo, mas sem ela a droga fará efeito mais rápido em meu organismo e logo em breve eu estarei totalmente dopado, serei mais um zumbi vagando pelo mundo, acreditando que tudo está bem e assim, pelo menos terei a falsa impressão de que sou feliz.

Eu perdi para o Sistema, não houve luta, não houve guerra, não houve resistência, eu simplesmente perdi e com isso toda minha fé foi reduzida ao nível mais baixo que poderia chegar. Eu perdi e agora ocupo o lugar que Ele reservou para mim, agora limpo o chão que Ele passa, com os panos que me servem como vestimenta, enxugo seu suor com meus cabelos e o banho com minha própria saliva. Quando ele tiver sede, lhe cederei meu sangue para que possa saciá-la, quando Ele tiver fome, cederei minha carne para nutrir-lhe e em troca ganharei o mísero pedaço de pão.

Aqui jaz um homem que lutou e perdeu uma luta imaginária e percebeu, pouco antes de morrer, que nem ao menos tem o direito de controlar sua própria imaginação.

Senhoras e senhores, aqui jaz um sonhador.

João Fernando.
25/01/2012

sexta-feira, janeiro 13, 2012

As grandes engrenagens da vida, o Universo, a  Lei da Atração.

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Sempre que atribuímos inteligência a um ser, seja ele mítico ou não, acabamos por compará-lo conosco, com o ser humano, tentando perceber através dessa ótica o quanto tal ser é mais ou menos inteligente do que a raça humana. Por exemplo:

                “Meu cachorro é tão inteligente que parece gente!”

Pois bem, atualmente minha percepção não me permite acreditar que o Universo seja um ser, logo não o visualizo com ou sem inteligência, se houver imagino-o com uma inteligência aquém de minha compreensão ou até mesmo da compreensão humana.  Correr o risco de compará-lo com nossa raça, para mim é o mesmo que transformá-lo num ser imperfeito e logo pouco funcional, não, isso não é bom!

Percebam que digo Universo, baseando-me no nome atribuído a essa força no livro O Segredo de Rhonda Byrne, pois sei que existem várias formas de chamar essa energia que nos serve tão obedientemente, algumas inclusive mais esclarecedoras do que essa, mas Rhonda teve uma missão importantíssima, acredito que bem cumprida, de popularizar através de exemplos e palavreado simples, uma parte de um conhecimento que há muito estava guardado dentro de organizações discretas, algumas delas que muito admiro, possivelmente daí que vem o nome de sua obra literária que, subsequentemente tornou-se um documentário muito gostoso de assistir.

Quando falo de tais organizações guardando esses conhecimentos, não digo aqui que elas o mantinham em segredo para que só um pequeno grupo se beneficiasse. A pergunta que deve ser feita nesse caso, para si e ao mundo é: - Estou pronto para conhecer e utilizar isso da melhor maneira possível? O mundo está pronto para absorver tal sabedoria? – Claro que seu julgamento não será perfeito, você pode achar que está pronto e não está, ou vice-versa, porém se essas indagações surgirem espontaneamente dentro de seu ser, tenha certeza que você está no bom caminho da sabedoria. Digo isso, pois, tentando explicar em poucas palavras, a espada de antigamente transformou-se no verbo hoje em dia, palavras são mais poderosas hoje do que qualquer arma, incluindo a despropositada tecnologia bélica nuclear. Logo, sempre que um conhecimento é passado adiante, o mestre, aquela pessoa que foi responsável por instruir outrem, torna-se responsável ao menos em parte, pelo uso que a pessoa dará àquele conhecimento, exemplo: Te ensinei a dividir o núcleo de um átomo, você buscará benefícios para a humanidade através desse conhecimento ou criará bombas atômicas? Se a humanidade for beneficiada com o conhecimento que você adquiriu através de mim, terei parte desse mérito, se morrerem milhares de pessoas através desse mesmo conhecimento, terei parte da culpa por cada uma das mortes. Deu para entender? Claro que aqui usei um exemplo, digamos, trágico. Mas pense nos efeitos de uma fofoca por exemplo, como são destrutivos, você foi contar algo que você sabia da vida de uma pessoa para outra por qual motivo? Se por saber que poderia ajudar e realmente conseguir ajudar dessa forma, tudo bem, senão...

Esses conhecimentos foram guardados discretamente por essas organizações e agora aos poucos, em época de transformação planetária, estamos nos deliciando com alguns deles certamente por que a humanidade já está pronta para recebê-los, mas saibam que há muito mais maravilhas por vir! Tudo ao seu tempo.

Voltando ao assunto principal, atualmente imagino o Universo como um sistema, um software que controla grandes engrenagens, ele é  lógico e ponto final, não tem sentimentos para “compreender” que você precisa de determinada coisa por conta de seu sofrimento, ele simplesmente recebe suas informações, através das emanações de seus pensamentos, computa e move as grandes engrenagens para que você tenha aquilo que desejou através de sua força mental. Essas engrenagens possuem infinitas combinações, movendo-se para todos os lados e se não for forçar muito, interdimensionalmente, para que cada ser possa ter aquilo que desejou dentro de um mesmo mundo. Sendo um sistema lógico, ele trabalha com fórmulas matemáticas, lembrando que essa é apenas a forma como enxergo atualmente esse complexo sistema, é por isso que pedem ao doente para pensar em cura e não em doença, não é por que estão pedindo demais, é por que é assim que o sistema funciona.

Novo exemplo, se o doente pensa:

                “Ai meu Deus, por que estou doente? Eu não merecia padecer desse mal eu, não queria estar doente! Mas tudo bem, pois acredito no senhor e na minha cura!”

Se essa pessoa ficar mais doente, provavelmente ficará revoltadíssima e sem entender por que não obteve a tão desejada cura, porém se observarmos matematicamente na frase do exemplo, a pessoa falou três vezes sobre sua doença e sobre o quanto sofre, para uma em que dizia acreditar em sua cura, o universo recebe essas informações e calcula: Três emanações mentais de doença para uma de cura, sendo o número três maior que o número um, as engrenagens vão se mover para que essa pessoa permaneça doente, ou pior, tenha mais doenças, parece duro, contudo é apenas lógico.

Acreditem, essa força, esse sistema funciona para tudo e a todo momento, é assim que a vida se move, através de nossas próprias escolhas. Não é sábio culpar alguém por seus problemas e muito menos atribuir sorte a suas conquistas, pois tudo é apenas um fruto de seu desejo e a partir do momento que o desejo é controlado, você será capaz de sacudir o mundo! Não acreditem que há alguém “lá em cima”, controlando 100% de seu tempo, anotando cada boa e má ação que você faz diariamente, não acredite no mérito e no demérito. O sistema é perfeito e te dará tudo aquilo que você desejar, basta você ter responsabilidade com seus desejos. Partindo do princípio que a pessoa acredite em Deus e que ele seja perfeito, por que então ele te julgaria sem méritos para receber alguma coisa e ainda por cima faria com que você visse outra pessoa próxima de você, tendo exatamente aquilo que você deseja? Castigo? Não acredite mais nisso, não se faça vítima de si mesmo, não se cobre tanto pelos seus erros, todo mundo erra assim como todo mundo tem direito de corrigir os erros. Acredite que independente de qualquer coisa VOCÊ MERECE tudo de melhor para você e passe a trabalhar seus pensamentos para que o melhor seja sempre materializado em sua vida! Não coloque sua felicidade nas mãos de ninguém, você é, querendo ou não, a única pessoa responsável por ela!

Quem me conhece melhor, sabe que eu sou o típico São Tomé, quando algo novo chega ao meu conhecimento, até acredito que aquilo possa dar certo, mas antes de tudo quero testar para ver se realmente funciona comigo. Digamos que eu já cheguei ao ponto de não duvidar de nada, afinal acredito que a verdade ainda é algo subjetivo demais para nós seres humanos, porém dou-me o direito de usar a palavra acredito com mais cautela. Entendam que a palavra duvido já foi quase que completamente excluída de meu dicionário de vida, nesse caso prefiro desconheço ou não entendo.

Pois bem, assim que os primeiros conhecimentos sobre a atração e o Universo começaram a chegar até mim, passei a estudá-los euforicamente para absorver o maior número de conhecimentos disponíveis à mim naquele momento, depois que percebi que a teoria já havia sido momentaneamente concluída, resolvi por em prática tudo aquilo que eu havia aprendido para ver se realmente funcionava. Minha mesa de testes tem que ser sempre simples, para que os resultados não sejam de difícil compreensão, logo meu primeiro teste em lidar racionalmente com o Universo foi com a moeda de R$ 1,00, na época existiam dois tipos, aquela toda prateada que hoje em dia está fora de circulação, e aquela bimetálica, dourada nas bordas e prateada ao centro. Essa última eu acredito que é a moeda mais bonita que o Brasil já teve até hoje.  Naquela época eu gostava de receber essas moedas novas então meu primeiro teste foi mentalizar-me recebendo sempre essas moedas, ao invés das antigas, não demorou muito eu comecei a receber muito troco em moedas e dentre elas sempre havia no mínimo uma moeda de R$ 1,00 nova, mesmo que acompanhada de algumas antigas. Gostei do resultado e passei a me divertir com a brincadeira, partindo para um novo teste. Quem mora no Brasil e não trabalha com muito dinheiro todo dia, sabe que são raras as notas de R$ 100,00, aquela azul, linda! Pois bem, imaginei que se funcionava com moedas novas de R$ 1,00, certamente funcionaria com notas de R$ 100,00 e passei a fazer o mesmo com as notas, imaginava-me recebendo-as e coloquei a imagem de várias delas no fundo de tela de meu computador, para que eu pudesse sempre visualizá-las. Dessa vez as engrenagens demoraram mais de duas semanas para se moverem, que foi o tempo para as moedas de R$ 1,00 começarem a surgir abundantemente para mim, mas faltando pouco tempo para completar um mês, confesso que eu já estava ficando irritado, as notas de R$ 100,00 começaram a surgir! Infelizmente elas não surgiram como lucro para eu gastá-las como bem entendesse, mas situações em minha vida me levaram a movimentar muitas notas de R$ 100,00. Por exemplo, precisar muito sacar R$ 50,00 em um caixa eletrônico e ele só estar operando com notas de R$ 100,00, a situação me obrigava a sacar aquele valor, por mais que eu depois, depositasse novamente em minha conta os outros R$ 50,00. Lembro que essa época em que as notas de R$ 100,00 começaram a aparecer em minha vida, eu passava por um momento financeiro crítico, como se diz no popular era época de vacas magras e eu estava comendo muito mais ovo do que carne. 

Vocês não imaginam como é estranha a sensação de ter passando por minhas mãos, tantas notas de R$ 100,00, e não poder gastá-las ao meu bel prazer! Sem dúvidas nenhuma as engrenagens do Universo moveram-se para que isso fosse possível, lembro-me que eu me imaginava recebendo essas notas azuis, mas não sentia em momento algum que aquilo era algo lucrativo. Como eu estava iniciando meus testes e ainda tinha muito pouco conhecimento do funcionamento do sistema, não me coloquei na situação como alguém que recebia notas de R$ 100,00 e a cada uma delas tinha seu patrimônio aumentado, apenas comecei a visualizar-me com elas nas mãos, sem história, sem sentimento ou razão, foi  estranho viver isso, mas foi exatamente assim que aconteceu.

Com o tempo fui aprendendo a utilizar melhor esse sistema que nos fornece tudo aquilo que desejamos, assim como a compreender melhor os problemas que eu enfrento em minha vida, as vezes é irritante admitir, mas eles também são apenas desejos involuntários de uma mente ainda não controlada. Consegui algumas coisas muito boas, programando o Universo ao meu favor nos anos seguintes, percebi que frutos de meu desejo de anos, começaram a se realizar e passei a receber maiores conhecimentos do que veio se revelar para mim, algo muito maior e muito mais complexo do que o explicado no livro O Segredo como Lei da Atração, mas me apaixonei pelo assunto e sempre aprendo algo novo que agrega-me ferramentas que permitem programar o Universo ao meu favor, com maior eficácia, porém ainda sou um aprendiz, sou uma criança no jardim de infância na arte de atrair tudo aquilo que mereço para mim e tudo que quero.

Tenho prometido publicar aqui uma série de textos sobre determinados assuntos, mas não tenho tido tempo para isso, dessa vez não prometerei e sim procurarei me esforçar mais para publicar mais sobre o assunto. Vale lembra que minha esposa, em seu blog A Aprendiz, fala bastante sobre esse assunto também, vale a pena dar uma conferida.

Quero falar aqui sobre sentir, acreditar e agradecer, pois são chaves fundamentais para programar o Universo ao nosso favor de forma consciente, é aí que começa o verdadeiro aprendizado, visto que não adianta só repetir milhares de vezes aquilo que se deseja, se não acreditamos que merecemos, se não sentimos que possuímos e principalmente se não formos perspicazes o suficiente, para perceber que possuímos finalmente aquilo que, um dia tanto desejamos, talvez não da forma como desejamos e  mesmo assim agradecer por isso. Mas esse assunto fica para outro post, pois esse aqui já ficou grande demais, não é verdade?

João Fernando
13/01/2012


segunda-feira, dezembro 26, 2011

A que ponto chegamos?

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Hoje vou falar aqui de um assunto que irá tocar em pontos bastante polêmicos, mas quando a inspiração chega, seja da forma que for, devo dedicar-me a escrever sem medo, por mais riscos que eu possa correr de ser julgado pelas outras pessoas. Peço inspiração ao alto para que minhas palavras aqui sejam claras e objetivas, que sejam dignas da compreensão da maioria dos leitores. 

Houve uma época de minha vida, que por um longo período, morei em um bairro muito pobre da zona sul de São Paulo, a famosa periferia. Quando se vive em uma periferia, ao menos para mim, aprendemos regras de convívio social, bastante diferentes daquelas ensinadas antigamente nas aulas de moral e bom costume. Eternizada pela voz de Bezerra da Silva, a frase “Malandro é malandro e mané é mané”, descreve bem aquilo que estou querendo expressar aqui, mas para desenhar uma imagem perfeita daquilo que estou dizendo, nada melhor do que um exemplo, então vamos lá: 

Minha história nesse bairro de São Paulo começou aos meus 10 anos de idade, fui morar lá junto de minha família e por lá fiquei até os 18. Deixei meu lar com essa idade e fui morar em outra cidade, entre idas e vindas voltei a morar nesse bairro por mais duas vezes, já casado, uma vez fiquei por lá durante 1 ano, saí novamente e voltei para ficar mais 3 anos, somando são 12 anos de experiência nessa periferia. Fiz essas contas para poder dizer que nesses 12 anos, 11 anos e 10 meses, na casa de minha mãe, havia uma placa toda velha e enferrujada com os seguintes números 293, era o número da casa, que entre outras funções indicava ao carteiro onde deveria entregar nossas correspondências. Depois de uma série de acontecimentos, dentre eles o falecimento de minha mãe, fui morar naquela casa com minha esposa, precisei dar uma bela reformada em todo imóvel e durante a reforma, fui até a calçada e encontrei uma coisa na fachada da casa que eu tinha vontade de mudar fazia tempo, a bendita plaquinha com o número 293. Rapidamente segui até o depósito de material de construção mais próximo e comprei os números mais bonitos que pude encontrar, dessa vez não era uma placa com os 3 números, comprei o número 2, o número 9 e o número 3 todos muito bem trabalhados, enfim, uma coisa tão simples como essa estava me causando uma empolgação fora do normal. No mesmo dia que os comprei, retirei a placa velha e enferrujada que após ter saído completamente, revelou a cor original daquele muro, ou melhor, revelou-me o fato de que o muro nem sequer tinha sido pintado quanto afixaram-na lá, fato que na época devia fazer no mínimo uns 30 anos. Peguei minha furadeira e cuidadosamente fiz 6 furos, cada número vinha com dois pinos para ser encaixado na parede. Alinhei os números com todo cuidado e cerca de meia hora depois, eu tinha conseguido deixar a fachada da casa mais bonita com apenas R$ 6,00, visto que cada número custou-me R$ 2,00. 

Acostumado com a “política de boa vizinhança” resolvi não dar bobeira, digo isso por que somente o fato de fazer os furos corretos no muro, com a broca de tamanho certo, com a ajuda de um martelo eu conseguiria encaixar facilmente os números no muro, porém resolvi usar uma broca um pouco maior e preencher os 6 buracos com durepox, não tinha como arrancar nenhum número, somente quebrando os pinos. 

Por que estou contando tudo isso? Pelo simples fato de que dois meses depois, alguém que estava precisando muito de um número 9, roubou ele de minha fachada, deixando apenas o número 2, um espaço e o número 3. A criatura quebrou os pinos que foram fortemente afixados na parede, mas com o cuidado de não quebrar o número, imagino que não tenha sido um ato simples de vandalismo, pois normalmente quando isso acontece os estragos são visíveis, nesse caso eu possivelmente acharia o número 9 jogado em algum canto da rua. Não, não acredito em vandalismo, acredito que isso tenha sido um roubo, alguém economizou a mixaria de R$ 2,00 as minhas custas. O que fiz? Como eu não tinha jogado a plaquinha velha e enferrujada fora, voltei a fixá-la ao muro, fazer o que? 

Exemplifiquei dessa forma, para que possam entender como funciona a cabeça de pessoas desprovidas de cultura e senso de civilidade, as vezes não são nem más pessoas, são apenas acostumados a sobreviver em uma realidade que jamais aceitei para mim. 

Pois bem, outra coisa que me incomodava muito nesse bairro, eram os dias de por o lixo para fora, para que os coletores pudessem recolher. Isso me incomodava devido ao fato que, depois que popularizaram da venda de material reciclável no Brasil, todo mundo queria tirar uma lasquinha e nem os lixos estavam escapando. Acredito que o lixo daquele bairro é o mais concorrido da Zona Sul de São Paulo, bastava dar 18 horas que se viam coletores de material reciclável de todo tipo na rua, alguns com automóveis, outros com carrinhos feitos de carcaças de geladeiras e o terceiro tipo que carregava consigo apenas alguns sacos de estopa. O que acontecia então? Colocávamos o lixo para fora dentro daqueles sacos plásticos pretos, pouco tempo depois vinha um dos coletores de material reciclável e descobria que coloquei todas as latinhas de alumínio em um saco separado, para facilitar o serviço deles, esse saía todo feliz da frente de minha casa, pouco tempo depois aparecia outro coletor de material reciclável e não vendo nada, resolvia furar os sacos de lixo em busca de alguma coisa que pudesse aproveitar, eu então ia até a calçada e recolhia todo o lixo que ele deixara espalhado no chão e colocava dentro de um novo saco plástico, tempos depois novo coletor aparecia e fazia tudo de novo. Para economizar meus nervos e dinheiro na compra de sacos para lixo, resolvi colocar o lixo para fora de casa, somente quando eu ouvia o caminhão subindo a rua, trabalhoso sim, mas eu não via alternativa. 

Esse tipo de coisa, depois de passado o nervoso, me deixava sempre muito triste, pois eu notara que até o lixo estava sendo concorrido, e não era um lixo de um bairro como o Morumbi ou os Jardins, era o lixo de uma periferia. 

Enfim, depois de um tempo eu coloquei na minha cabeça que precisaria mudar dali, queria um lugar melhor e consegui, minhas condições financeiras não me permitem morar como eu desejo, ainda não, mas me mudei para uma cidade menor e consegui encontrar uma casa em um bairro, digamos, mais tranquilo. 

Sabe o que aconteceu hoje na frente de minha casa? Um coletor de material reciclável rasgou todos os sacos de lixo que eu havia acabado de colocar para fora e deixou todo o lixo espalhado, vi tudo acontecer por uma fresta de meu portão, pensei em sair e brigar com ele, visto que o rapaz demonstrava não ter o menor cuidado para não espalhar o lixo, mas resolvi preservar a mim e a minha esposa, afinal no mundo que vivemos não se pode brigar com as pessoas assim, principalmente na porta de casa. Deixei ele terminar de chafurdar meu lixo e depois fui até a calçada e juntei tudo que estava espalhado num novo saco. 

Pensando a esse respeito, lembrei-me de meus tempos de criança, quando minha mãe não queria colocar o lixo para fora muito cedo, por que os cachorros podiam rasgar e fazer a maior sujeira e comparei com essa cena de hoje, que por sua vez me remeteu aos tempos de periferia, por fim a única coisa que pude pensar foi “A que ponto chegamos?”. 
Hoje me deparei na internet com a notícia de que o Brasil está para ocupar o lugar de número 6 na economia mundial, essa mesma notícia foi veiculada pelos principais telejornais de hoje também, disseram com orgulho que ultrapassamos o Reino Unido e também que isso foi motivo de comemoração para o Ministro da Fazenda. 

Me pergunto: Será que tenho motivos para me orgulhar de meu país? Um lugar onde o lixo é concorrido, onde existem ainda cerca de 12 milhões de pessoas vivendo na miséria, um lugar em que políticas e políticos ainda prezam pela manutenção da pobreza e da ignorância de seu povo, como forma de controle? Acho que não! 

Por fim, não posso deixar de me indignar com a falta de educação de criaturas que agem feito cachorros, rasgando sacos de lixos e fazendo muita sujeira, mas não posso pôr a culpa somente nessas pessoas, visto que, ao menos para mim, 90% delas com um pouco mais de estudos e condições sociais mais dignas, com certeza não veriam o lixo com opção de sobrevivência, com certeza não mexeriam com as mãos descobertas nos detritos de outras pessoas e com certeza optariam pela educação. 

RECICLAR LIXO É MUITO IMPORTANTE, MAS NÃO MAIS IMPORTANTE DO QUE RECICLAR PESSOAS! 

Pensem nisso!

João Fernando.
26/12/2011

quarta-feira, dezembro 21, 2011

Pequeno dicionário de bolso. (Por que / Por quê / Porque ou Porquê?)

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Amo a língua portuguesa, acho um dos idiomas mais belos do mundo, perdendo talvez, em minha opinião, apenas para o Italiano. Mas o Italiano foi um idioma criado com a intenção de ser o mais belo do mundo mesmo, então não vale. Opa! Um bom assunto para um post, vou guardar aqui na caixinha de ideias. 

Bem, como eu ia dizendo, adoro meu idioma, mas isso não significa que não o questiono, um de meus questionamentos é: O porque de tantos por quês?

Enquanto eu surfava pela internet, encontrei o texto abaixo que nos ajudará com essa regrinha, de forma fácil e simples:

Por que

O por que pode ser empregado em dois casos:

Quando for a junção da preposição por + pronome interrogativo ou indefinido que, possuirá o significado de “por qual razão” ou “por qual motivo”:

Exemplos: Por que você não vai ao cinema? (por qual razão)
Não sei por que não quero ir. (por qual motivo)

Quando for a junção da preposição por + pronome relativo que, possuirá o significado de “pelo qual” e poderá ter as flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais.

Exemplo: Sei bem por que motivo permaneci neste lugar. (pelo qual)

Por quê

Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamação, o por quê deverá vir acentuado e continuará com o significado de “por qual motivo”, “por qual razão”.

Exemplos: Vocês não comeram tudo? Por quê?
Andar cinco quilômetros, por quê? Vamos de carro.

Porque

É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois”, “uma vez que”, “para que”.

Exemplos: Não fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova. (pois)
Não vá fazer intrigas porque prejudicará você mesmo. (uma vez que)

Porquê

É substantivo e tem significado de “o motivo”, “a razão”. Vem acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.

Exemplos: O porquê de não estar conversando é porque quero estar concentrada. (motivo)

Diga-me um porquê para não fazer o que devo. (uma razão)

Essa explicação é de autoria de Sabrina Vilarinho (graduada em Letras), retirei essas informações do seguinte site http://www.brasilescola.com/.

quinta-feira, dezembro 08, 2011

Conheça a verdade e ela te libertará.

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Pais Sagrados do Primeiro
Concílio de Niceia que seguram
o Credo Niceno-Constantinopolitano

Como todo bom escritor sou uma pessoa extremamente curiosa, minha cabeça não para por nada e sempre está em busca de conhecimentos. Desde muito tempo, venho fazendo-me a pergunta que a maioria das pessoas se faz diariamente, mesmo que no segredo de seus pensamentos: De onde venho e para onde vou?

Sendo eu uma pessoa criada na base de uma religião, e essa sendo espiritualista, perguntas como essa acabam por serem explicadas dentro da doutrina religiosa, na verdade, acredito que qualquer doutrina religiosa tente constantemente gerar explicações através de suas verdades, para essa pergunta. Mas aí que está, para qualquer curioso e implicante como eu, chega um ponto que tais explicações acabam indo por terra e não adianta você ir ao membro do mais alto escalão da religião que você siga, indagando-o sobre as inconsistências das explicações dadas por aquela instituição, pois é certo que você receberá uma resposta vazia, subjetiva e por muitas vezes chegará ao ponto da ignorância, acusando-te de tentar impor sua opinião sobre algo que é sagrado.

O que fiz então? Comecei a buscar por pessoas que assim como eu, cansaram-se de tais respostas vazias e comecei a estudar os mistérios da humanidade, através de suas descobertas e teorias. Foi aí que conheci nomes interessantes como Zecharia Sitchin, Erich Von Däniken entre outros que são menos conhecidos, porém apaixonados pela mesma busca que faço diariamente. Posso dizer que sinto intimamente que depois de iniciar com maior seriedade minhas pesquisas sobre a história humana e seus mistérios, senti grande força me conduzindo, mostrando-me devagar quais textos e vídeos eu deveria conhecer primeiro e depois me conduzindo a um grau mais elevado do conhecimento, não digo aqui que tal força veio de X ou Y lugar, muito menos desejo impor qualquer tipo de crença religiosa nesse texto, apenas digo que senti-me como guiado através do conhecimento que me vinha sendo revelado e ainda é assim até hoje. As vezes, como todo bom e patético ser-humano, caio na bobeira de achar que cheguei ao ápice de onde eu poderia chegar, que possivelmente não haverá mais nada para se aprender. Quando isso acontece, fico um tempo raciocinando e teorizando as coisas que descobri e logo algumas se apresentam como apenas um fragmento de algo que possivelmente é muito maior. Pronto, tempos depois começam a chegar até mim informações relevantes, novos fragmentos daquilo que eu já havia considerado acabado e uma enxurrada de novas informações torna-me novamente pequenino diante da grandeza.

Lembro-me perfeitamente do dia em que minha mãe, empolgada com seus estudos, veio até mim e disse:

- Filho, quanto mais eu sei que sei, mais sei que nada sei!

São essas palavras de Platão que me acompanham fielmente até hoje e me ajudam a controlar o ego humano, que insiste em querer por um ponto final, acreditar que já sabe de tudo.

Platão, pintado por Rafael.
Eu não sabia como começar a falar desse assunto, são tantas coisas e na verdade não há um início, pois aquilo que consideramos início torna-se apenas o meio do caminho, as vezes o fim dele, quando novos conhecimentos vão nos sendo agregados. Foi hoje, quando eu estava espiando alguns vídeos no Youtube e deparei-me com um vídeo, melhor dizendo, uma série de vídeos que deixaram-me perplexo e diante dessa perplexidade tive um estalo mental: “É por aí que devo começar”.

Tal vídeo é uma encenação produzida pela igreja católica, contando os fatos que ocorreram no Concílio de Nicéia. Cliquei nele imediatamente para poder ver o que a essa religião ensina a esse respeito e tomei um susto tão grande que só não caí sentado, pois eu já estava nessa posição!
Nesse vídeo, exalta-se o imperador Constantino como o possuidor da mais pura sabedoria, assim como a todos os membros que por lá compareceram, deixa claro que a maior intenção é ensinar aos jovens adeptos dessa igreja que o Concílio de Nicéia foi algo bom e santo. Eu, em minha ignorância acreditava que tal fato era escondido pela igreja católica, do mesmo modo que até hoje na Alemanha, pessoas negam a existência do Holocausto, ou como a “santa inquisição” que é bem abafada pelos membros da própria igreja. Mas não, pelo menos para aquele grupo religioso, que foi responsável pela encenação, tal fato foi algo glorioso!


Trocando em miúdos e falando na linguagem mais popular possível, o cristianismo na época estava uma bagunça, estamos falando de 325 D.C. Cada grupo cristão acreditava numa coisa e essa mesma coisa entrava em choque com o que outros grupos acreditavam. Nessa época Constantino teve a “brilhante” ideia de convocar bispos de todos os lados do mundo, para criar um padrão de concordância entre todos sobre a ideia cristã. Gente, alguém aí conhece uma história em que política e religião se juntaram e tiveram um final feliz? Pois é, nem eu!      

Vocês então conseguem imaginar o que esse grupo de pessoas confabularam a respeito da “religião”, envolvendo seus próprios interesses políticos, afinal até hoje a religião é um bom meio de controlar grandes massas, ou estou mentindo? Vocês fazem ideia de quantos escritos antigos, vários deles falando sobre Jesus, foram considerados não canônicos e abolidos daquilo que hoje em dia as pessoas chamam de Bíblia Sagrada? Alguém aí já parou para pensar que Jesus era judeu e que para os judeus o sábado é sagrado, mas que por algum motivo “consagramos” o domingo? Ok, o Shabbat foi proibido pelo Concílio de Laodiceia, assim como foi em outro Concílio, o de Antioquia, que ocorreu em 341 D.C. que proibiu aos cristãos comemorarem a Páscoa Judaica! Sabe-se também que 170 D.C. já se falava sobre a censura de alguns evangelhos na bíblia. Sabe para que esses concílios serviram? Em minha opinião só para espalhar pelo mundo o anti-judaísmo, ou o anti-semitismo cristão.

Gente, em minha opinião, independente de quem tenha sido Jesus, se de fato o filho primogênito de Deus ou um rebelde no melhor estilo Che Guevara, ou quem sabe nenhum dos dois, acredito que ele veio com a seguinte mensagem:
                
“ Vocês são seres livres, não há quem os prenda e vocês não podem prender ninguém! Não há regras ditadas pelo ser humano que devam ser seguidas. Se vocês forem livres e não impedirem a liberdade de seu próximo, que assim como você também é livre, tá tudo certo!”
               
Essas palavras aí acima são minhas, tá? Só para deixar claro que não sou maluco, não falei com Jesus como alguns dizem que falaram, é só uma interpretação minha da mensagem que acredito que ele passou.
               
Desde muito tempo...
Agora imaginem vocês, esse tipo de pensamento dá futuro para aqueles que gostam de enriquecer às custas dos outros? Alguém muito inteligente e pouco sábio percebeu que no mundo o que gera a riqueza são os seres humanos, talvez ele não tenha percebido que essa riqueza, e aqui não falo só de dinheiro, mas também de fama e tantas outras formas de riqueza material, carnal talvez, só serve para por um homem ou uma mulher num lugar mais acima de que outros homens e mulheres, um destaque que se acaba com a morte.  Vocês já pararam para pensar que se não houver gente no mundo, só você e no máximo a sua família, o acúmulo de riquezas não teria sentido, pois não haveria o que comprar ou para quem se mostrar? Vocês já perceberam que os trabalhos que desenvolvem para ganhar o rico dinheirinho que coloca a comida em suas mesas, veste seus corpos e faz tantas outras coisas, é voltado para o ser humano? Pois é, nada daquilo que fazemos aqui nessa terra, refiro-me aos nossos ofícios, tem um propósito diferente do que fazer coisas para as pessoas. Mesmo quando, utilizando um exemplo moderno, uma pessoa é um programador de computador e passa horas de sua vida de frente a uma máquina, interagindo mais com ela do que com um grupo social, nem mesmo essa pessoa está fazendo algo que não seja para o ser humano, pois ela está desenvolvendo algum software que ajudará pessoas, mesmo que indiretamente. Entendem? Não há mais nada nesse mundo, só nós e todas as demais espécies dos reinos, animal, vegetal e mineral. O resto é tudo invenção do homem para aprisionar o homem.

Tá, mas por que eu estou falando tudo isso? É por que através da omissão, da mentira e de tantos outros artifícios pouco bondosos e muito bem elaborados, esconderam a verdade da massa popular do mundo, obtendo assim o grande controle que tanto desejaram! Quando Jesus veio à terra e disse que ninguém está sob o controle de ninguém, ficaram tão raivosos que conseguiram dar um jeito de pregá-lo na cruz, acreditando que assim calariam suas palavras, vendo que tal atitude só serviu para criar um ser mais poderoso, começaram a manipular todo conhecimento que ele havia nos passado, perceberam que o melhor seria não lutar contra ele e sim distorcer suas palavras e dizer para todo mundo que eles, os homens ávidos pelo poder desmedido, também eram seguidores da boa nova trazida por Jesus. Claro! A boa nova foi deturpada e consequentemente gerou mais vantagens para eles do que eles mesmos podiam imaginar.

Gente, consegui acesso há alguns livros considerados apócrifos da bíblia, eles não estão tão escondidos como antigamente eram, quando tais fatos foram escondidos, uma semente plantada debaixo da terra, acreditaram que ela jamais brotaria, mas agora ela está virando uma árvore frondosa. Não vou por enquanto colocar aqui, minhas impressões sobre a leitura que ainda estou fazendo dos textos apócrifos, quero lê-los mais algumas vezes para conseguir formar uma opinião mais clara em minha mente, verei se consigo postar aqui os títulos que tenho em mãos, para download em formato PDF, por enquanto vou apenas listar aqueles que eu já tenho comigo, mesmo ainda não tendo lido todos.
Apócrifo vem da palavra grega apókryfos
e pode ser traduzido como "cuidadosamente
escondido".

·         A Origem do Mundo
·         Apócrifo de João
·         Segundo Tratado do Grande Seth
·         Protenóia Trimórfica
·         O Trovão, Mente Perfeita
·         Apocalipse de Paulo
·         O Livro de Tomé o Contendor
·         Apocalipse de Tiago
·         Segundo Apocalipse de Tiago
·         Apocalipse de Adão
·         Apocalipse de Pedro
·         Revelações e Pensamentos
·         Carta de Pedro a Felipe
·         A Sabedoria Secreta de Cristo
·         A Hipóstase dos Arcontes
·         Ensinamento Autorizado
·         Apócrifo de Tiago
·         O livro de Enoque

Para aqueles que tenham ficado muito curiosos, não precisam esperar eu conseguir disponibilizar aqui no site esses livros, basta copiar o nome deles e colocar no Google, com certeza acharão um material bastante interessante, basta fazer alguns filtros e principalmente buscar se distanciar do fanatismo, esse está espalhado aos montes até mesmo pela internet. 

Despeço-me desejam muita paz e muita luz a todos e deixo uma pergunta no ar: 

Você acredita que é realmente livre?


João Fernando
08/12/2011

sexta-feira, novembro 25, 2011

Pequeno dicionário de bolso. (Excessão ou Exceção?)

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Sou uma pessoa hiperativa quando escrevo, logo é fácil de encontrar alguns erros em meus textos, tanto de digitação quanto de ortografia e gramática. Isso não significa que não me importo com esse tipo de coisa, na verdade sou um apaixonado pelas palavras, adoro aprender novas palavras, utilizá-las em meus textos, buscar sinônimos, essas coisas.

Resolvi então fazer pequenos posts como esse, colocando a solução para algumas dúvidas que surgem nessa nossa língua portuguesa, que de tão rica acaba por nos confundir.

Excessão   Exceção

A Palavra exceção não se assemelha com exceder, e nem mesmo é da mesma família etimológica.

O que excede é excesso e não exceção!

A palavra exceção vem de excetuar e não de exceder, excetuar significa deixar de fora, excluir.

Considere que palavras derivadas de outra e que possui o T no radical, escreve-se com Ç.

Cantar - Canção
Exceto - Exceção
Optar  - Opção

Abrirei uma exceção no seu caso.